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O Enigma do Eu Humano

 

 

Sergei O. Prokofieff

 

 

Tradução: Jonas Bach

 

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Preço: R$ 62,00

 

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Valor total R$ 69,90.

 

 

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           O eu como centro da consciência constitui um grande mistério da existência humana. A vasta obra de Rudolf Steiner nos apresenta princípios evolutivos espirituais do eu fundamentados na origem cósmico-divina do eu. A origem de cada eu humano remonta à sua criação por uma hierarquia espiritual. A destinação de cada eu se dirige para a sua participação na evolução cósmica da Terra, desde que esse eu se vincule intrinsecamente à corrente crística. O mérito de Sergej Prokofieff neste livro foi compilar os principais aspectos da fundamentação antroposófica para a compreensão da dimensão tríplice do eu.

 

            Quando refletimos sobre o eu na terceira pessoa, como você e eu estamos fazendo neste momento, não estamos por enquanto abordando nem o seu, nem o meu eu com suas características peculiares. Estamos sim abrindo um espaço para conjecturas que possam dizer respeito a qualquer ser humano. Por outro lado, o ponto de partida para alguém ter qualquer referência sobre a abordagem do eu na terceira pessoa é a soma de vivências que faz consigo, com seu núcleo da consciência. Aqui reside exatamente o diferencial entre todos nós, pois quando a consciência se remete a si mesma, essa experiência que surge só é experimentada pela própria pessoa. Assim, há múltiplos níveis e modos de despertamento e de não despertamento.

             

                Por isso, em parte, a mensagem de Rudolf Steiner possui como pré-requisito para sua compreensão a experiência da própria pessoa. Como é muito amplo e profundo esse campo de experiência para a compreensão da triplicidade do eu, isso implica em amadurecimento ao longo de muitas vidas.

Dentre as diversas correntes espiritualistas, a Antroposofia sustenta um grande diferencial: a valorização do eu terreno. A conquista da consciência do eu que é um processo ao longo da vida, não é algo a ser menosprezado ou subvalorizado. Pelo contrário, a evolução espiritual de uma pessoa depende do que ela faz para a expansão da consciência do eu. Nesse sentido, qualquer atmosfera cultural na contemporaneidade que fomenta e possibilita a formação das individualidades, está contribuindo para a evolução do eu terreno. Essa consciência do eu não se conquista sem luta. Olhando para as estatísticas que revelam o número de seres humanos que optam pelo entorpecimento da consciência, temos uma noção do quão não podemos anunciar que a batalha está ganha.

 

             Além disso, vinculada ao eu terreno está a questão do egoísmo. A chave para a compreensão da mensagem antroposófica não está nem na anulação do eu, como se pudéssemos aniquilar o egoísmo, muito menos na enfatização do eu como ocorre na faceta banal da pós-modernidade. O eu terreno precisa ser transmutado e esse passo ocorre mediante o acolhimento do eu superior.

 

                Um empecilho para se compreender o que significa eu superior e eu inferior (terreno), é transpor o sentido que as palavras superior e inferior portam quando designam status ou camada social, para uma relação - eu superior e inferior - que possui significado completamente distinto. Outro estorvo é tomar por empréstimo o que se conhece do eu terreno para então ter noções do que é o eu superior. A ênfase exagerada da contemporaneidade na formação da subjetividade resulta em bloqueio. O eu superior não está dentro de mim, está no mundo, está fora. Encontrar essa força exterior formadora da individualidade é fazer o caminho do eu superior. O materialismo como cultura hegemônica da atualidade impede o acolhimento do eu superior. Desvendar os segredos do eu superior exige profundas reformas no modo de ser e estar no mundo. Coletivamente estamos muito longe disso para recorrermos de imediato ao campo intersubjetivo, primeiramente a aposta necessita ser no âmbito individual.

 

               Se o eu superior lança inúmeros desafios e permanecerá uma incógnita para muitos, o eu verdadeiro então prosseguirá incólume. A renúncia aos elementos mais fundantes do eu terreno é uma experiência dilaceradora. Transpor esse abismo do nada significa atingir altos níveis de iniciação. Qualquer especulação sobre o eu verdadeiro que não passa pela renúncia, é mera atividade fortuita.

 

             Para uma consciência secularizada, essa linguagem que indica a dimensão tríplice do eu é ininteligível. O caminho do eu terreno ao superior e ao verdadeiro é a senda crística. O eu é um cálice para receber o espírito e os Mistérios do Graal são portais de revelação dos segredos do Eu Sou. Só faz sentido falar em evolução espiritual se o eu está se imbuindo com os impulsos crísticos. A formação [Bildung] do eu terreno é um longo processo autoeducativo, cuja referência para o aprendizado é o encontro com o eu superior que está no mundo. Para isso, é necessária a polaridade de afirmar-se e abnegar-se. O eu verdadeiro é a suspensão [Aufhebung] dialética dessa polaridade.

 

         Prokofieff reuniu neste livro o resultado de uma árdua pesquisa, pois as preciosidades na obra de Steiner sobre o enigma do eu encontram-se dispersas em diversos livros e ciclos de palestras. O material aqui reunido é base para o desenvolvimento ulterior das ciências do espírito. 

  

Jonas Bach

Tradutor